O setor público consolidado registrou um déficit histórico de R$ 1,043 trilhão no acumulado de 12 meses até abril, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Banco Central (BC).
Segundo o bahia.ba, este é o maior valor já registrado desde o início da série histórica, em 2002. O rombo nas contas públicas superou pela primeira vez o pico registrado durante a pandemia de Covid-19, que era de R$ 1,017 trilhão.
De acordo com o BC, o déficit de R$ 1,043 trilhão corresponde a 9,41% do PIB (Produto Interno Bruto). Este resultado nominal do setor público consolidado, que calcula o saldo das receitas contra as despesas e inclui o pagamento dos juros da dívida, reflete um cenário econômico desafiador.
Um dos fatores que explicam o aumento do déficit é a despesa com os juros da dívida, que somou R$ 776,3 bilhões no acumulado de 12 meses até abril, um valor também recorde na série histórica. A taxa básica de juros, a Selic, mantida em patamares elevados por um período prolongado, tem contribuído para o encarecimento da dívida pública e, consequentemente, para o déficit nominal maior.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, destacou as incertezas em relação ao cenário externo, a possibilidade de mudança da meta de inflação e as dúvidas sobre a credibilidade do arcabouço fiscal como fatores que agravam a situação.
Por outro lado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, argumentou que a meta de inflação é muito exigente e afirmou que há “fantasminhas” tentando disseminar a ideia de que a situação econômica do Brasil está ruim.
Além disso, a piora do saldo do resultado primário, que exclui o pagamento da dívida pública, também contribuiu para o déficit recorde. O resultado primário apresentou um déficit de R$ 266,5 bilhões no acumulado de 12 meses até abril, reforçando os desafios enfrentados pela economia brasileira.
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