O ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, criticou o discurso do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a favor de prioridades na área social que podem custar aos cofres públicos. Em evento privado do banco BTG Pactual, Meirelles, que comandou a autoridade monetária nos dois primeiros mandatos de Lula, demonstrou pessimismo com a economia no futuro governo e desejou “boa sorte” a investidores.
Na avaliação dele, o petista estava evitando tratar abertamente sobre temas econômicos para “não desagradar”, mas agora tem tomado um caminho semelhante à sua sucessora, presidente Dilma Rousseff (PT), alvo de impeachment em 2016.
“O Lula estava fechado, não dizia nada, não queria desagradar ninguém. Hoje começou a falar. Aí ele começou a sinalizar uma direção à Dilma. Ele está fazendo uma opção que é a opção mais fácil, de agradar lá dentro”, disse. “Estou pessimista, não tenha dúvida. […] “Só posso dizer uma coisa a todos vocês: boa sorte”, acrescentou.
Meirelles defendeu a reforma administrativa, que tem intenção de enxugar os gastos públicos. A pauta está travada no Congresso Nacional e não tem previsão de avançar para ser votada.
As declarações de Meirelles acontecem após o apoio dado à campanha eleitoral de Lula. Em outubro, Lula reuniu ex-presidenciáveis, incluindo Meirelles, em busca de uma “frente ampla pela democracia”. A aproximação fez com que Meirelles fosse cotado para assumir o Ministério da Fazenda, possibilidade que agora perde força com as críticas apontadas ao petista.
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